O método educativo

Nosso método é a partir do Olhar para a Pessoa e todas as atividades desenvolvidas são propostas de encontros com as crianças, adolescentes, famílias, colaboradores e cada um que participa do ambiente educativo.

  • Valorização da pessoa
  • Olhar atento a realidade
  • Fazer ‘com’ e não ‘para’
  • Acolhe quem é acolhido

Carisma e método

Realidade e experiência

Centralidade na pessoa

As crianças e
a educação

Acolhida

Retomadas

“Educar é introduzir a
pessoa na realidade total”

– Dom Giussani

Carisma e método

“A primeira preocupação de uma educação verdadeira e adequada é educar o homem para aquilo que ele foi originalmente criado. Uma educação verdadeira é a educação do humano que existe em nós.”

Carisma e método

Quem nos conhece sabe como é forte o carisma das Obras, como é rico as experiências compartilhadas e da unidade que existe entre os colaboradores sobre o método de trabalho. É algo que se constrói durante a história, desde a origem, lá no encontro do Padre Giussani e Rosa Brambilla, verdadeiras personificações de carisma e método! É na simplicidade dos encontros e dessas experiências, que percebemos a beleza criada através da preocupação com uma educação verdadeira.

Assim se compartilham um método educativo: acreditando que educar é introduzir a pessoa na realidade total, olhando sempre para a origem do homem e dos objetos, um olhar para a natureza humana. E sempre com a companhia da família, que é o principal sujeito no caminho educativo.

Realidade e experiência

A experiência educativa é aquela que ajuda o sujeito a crescer como pessoa; que alarga a sua razão e estimula sua capacidade de observar e dar um juízo sobre a realidade.

A realidade e a experiência

Quando na nossa experiência falamos em natureza, falamos do sentido original, verdadeiro das coisas e das pessoas. Afirmar a natureza das coisas numa época em que se experimenta uma grande desorientação e uma vivência frenética do cotidiano sem pausa pra se pensar no que se faz, por que se faz, sem tempo para refletir sobre a maneira que eu me coloco diante da realidade, é propor nos voltarmos pra tudo aquilo que existe de humano em nós.

Realidade e experiência são aliadas fundamentais em nosso processo educativo. A realidade (uma pessoa, um lugar, um objeto ou um fato) se impõe de modo inequívoco e a experiência faz conhecer essa realidade, acolhendo-a como oportunidade sempre positiva de aprendizagem e de crescimento.

A experiência educativa é aquela que ajuda o sujeito a crescer como pessoa; que alarga a sua razão e estimula sua capacidade de observar e dar um juízo sobre a realidade. 

Texto escrito e falado por Vanessa Soares, Supervisora Educativa

Centralidade na pessoa

“A coisa mais importante
é olhar para as pessoas”

A Centralidade na pessoa

Como posso te explicar este importante ponto do método? Curiosamente num poema chamado Ensinamento, Adélia Prado começa dizendo: “Minha mãe achava estudo a coisa mais fina do mundo. Não é.”

Assim no nosso trabalho educativo “a coisa mais fina do mundo” é a pessoa. A realidade mais importante é a pessoa: cada ser, cada criança, mãe, pai, educador, colaborador em nossa obra é o centro da questão.

Por que?
Porque a mãe não é só desejo ter um lugar seguro para seu bebê, seu filho ser cuidado, alimentado, educado. Ela quer também que ele brinque, receba carinho, afeto. Ela carrega desejos maiores: de justiça, de verdade, de bondade, amor, beleza.

É assim que olhamos para cada família, mãe, avó ou responsável que chega à creche para matricular sua criança, buscando vaga, pedindo informação. Ela vem com toda sua história, necessidade, desejos, problemas. A creche é o local onde começa o relacionamento.

Assim ela é recebida; hora da acolhida e escuta tão importante quando mostram toda vulnerabilidade. Por isso, mesmo quando se deparam com o “não há vagas” muitas vezes escutamos agradecimentos por que alguém estava ali com ela e que não banalizou sua necessidade.

E toda rotina, cada momento vivido no cotidiano da creche é uma experiência onde crianças, educadores, colaboradores são centro e sujeitos protagonistas.

Mas estes desejos de bem presentes em cada um de nós, muitas vezes estão escondidos atrás de atitudes e comportamento inadequados. Como agimos?

Olhamos a criança não o comportamento inadequado dela.

Não há uma receita ou manual, não se trata de encontrar a estratégia certa. A família é chamada a participar da condução a ser seguida, juntos ajudamo-nos na descoberta de caminhos.

Nossa crença mais profunda é que a família é sempre um recurso, um importante/fundamental recurso mesmo fragilizada, vulnerável.

Procuramos partir sempre do positivo, encoberto e oculto que existe em cada situação, pessoa, realidade. Partimos daquilo que existe e não daquilo que falta isso abre as janelas, as possibilidades para que a família, a criança reconheça seu próprio valor.

E o que dizer do educador, daqueles que colaboram conosco no levar adiante a nossa obra?

Acreditamos e reafirmamos sempre: todos são educadores, pois como diz um ditado africano é “preciso uma aldeia inteira para educar uma criança” Porque cada pessoa é uma oportunidade em si de educação para a criança e sua família.

Este é um capitulo a parte que depois também vamos abordar. Por hora essa centralidade da pessoa se expressa por exemplo nas formações não são simplesmente discussões teóricas, técnicas, estratégias pedagógicas, etc. mas é um momento de “educar-se” na consciência de si, do que somos, do que carregamos e comunicamos quando vamos ao encontro das crianças, famílias.

As imagens que vocês viram neste vídeo quiseram exemplificar, testemunhar um pouco disto que vivemos, experimentamos no cotidiano das nossas creches/obras e em outros tantos momentos como entrada e saída das crianças, banho, alimentação, higiene, repouso, formação da equipe, apresentações e atividades, brincadeiras, festas etc.

Com certeza posso afirmar que o dia-a-dia com as crianças e as famílias é de uma riqueza imensa, de aprendizado diário. Cheio de descobertas e maravilhas pois cada pessoa é um imenso tesouro. Mas isso é real? Possível?

Cecilia Meireles reponde por mim: (ou é quem responde com as palavras justas.) “Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.” – A arte de ser feliz/Cecília Meireles

Narração: Virginia (supervisora) e Lúcia (pedagoga) – Unidade Gilmara Íris.

As crianças e
a educação

Interessar-se pela vida, suas cores, seus movimentos, seus sons, cheiros e gostos é natural para as crianças. Desejam saber, conhecer tudo.

As crianças e a educação infantil

Desde o nascimento a criança aprende mais do que em qualquer outro momento da vida. Ela carrega esse desejo natural de compreender o mundo através do seu corpo, que se expressa pela brincadeira, pelo movimento, pela fala, e, sobretudo, através das experiências e relacionamentos com seus pais, familiares e educadores. Nos formamos como pessoa por meio das nossas relações de amor e pelo relacionamento afetivo, ajudamos a criança a olhar para a realidade inteira, para as pessoas e, especialmente, para ela mesma.

A criança nasce dependente de cuidados muito específicos para responder a necessidades básicas, como fome, sono, e de higiene. Contudo, carregam dentro uma exigência maior que é ser amada e olhada, uma exigência que está dentro do nosso coração! As crianças, assim como nós, precisam ser olhadas, amadas na sua individualidade, levando em conta o seu tempo, respeitadas como seres como únicos e capazes… A infância é o período mais importante da vida de uma pessoa, pois é nesse momento da vida que se consolida o caráter, a personalidade e a aprendizagem dos valores. Nesse relacionamento com os adultos que a criança aprende também a maneira como olha e se relaciona com o mundo.

Nós, pais e educadores, somos os responsáveis por traduzir o mundo para as crianças e através do nosso olhar, nossa relação com as pessoas e a maneira como estamos diante das coisas, ensinamos as crianças sobre a realidade, pois é através do exemplo que educamos!

As crianças têm por natureza uma curiosidade infinita, elas perguntam, desejam saber, experimentar. Nossa missão é manter vivo esse desejo de conhecer a realidade que é naturalmente bela!

Narração: Luciana Perdigão – Coordenadora Pedagógica – Creche Etelvina Caetano de Jesus

Acolhida

Acolher é atender a pessoa em sua totalidade, significa abraçar a as suas necessidades em todos os aspectos, estabelecer um vínculo positivo que ajuda o outro a se sentir cuidado e amado.

Acolhida

Acolher é atender a pessoa em sua totalidade, significa abraçar as suas necessidades em todos os aspectos, estabelecer um vínculo positivo que ajuda o outro a se sentir cuidado e amado.

Acolher dentro de um olhar educativo não significa que sempre tudo vai estar bem, pelo contrário, é entender que existe uma diversidade que precisa ser respeitada e confrontada de uma forma que possibilite crescimento para ambos os envolvidos no relacionamento, portanto é necessário que haja um interesse verdadeiro pela pessoa.

“A acolhida e a partilha são a única modalidade de um relacionamento humanamente digno, porque somente nela a pessoa é exatamente pessoa, ou seja, relação com o infinito… é por isso que na acolhida de um pobre e na acolhida da pessoa mais amada deve residir em última instância a gratuidade”. (D. Giussani)

Aqui nas Obras Educativas Padre Giussani o acolher vem cheio de fraternidade. É um abraço que se abre, sem adiamentos, por pessoas que são apaixonadas pelos destinos de outras pessoas, hospedando-as em seus corações sem precisar fazer reserva, sendo que o único interesse é o desenvolvimento e crescimento dos envolvidos.

Acolher em sua totalidade é olhar para a realidade como ela se mostra sem se escandalizar podendo assim nos mover e abraçar o destino daquele que nos é dado. Sabemos que aqueles   que nos chegam podem estar sem esperança, e a acolhida verdadeira contribuirá justamente para que a pessoa consiga olhar com positividade para sua própria história mesmo que seja dramática, como possibilidade de crescimento.

Entendemos que a família é o primeiro sujeito educativo, por isso se faz necessário trabalhar o pertencimento. Fomentando uma vivência que se abre para o perdão, o amor, o afeto e a consciência do bem que o outro é para mim. Contudo, é necessário que exista a misericórdia ajudando-as a serem apaixonadas pelo seu próprio destino tornando–as protagonistas de sua própria história.

“Acolhe quem é acolhido” é uma das frases mais importante para nós, por isso o cuidado primeiro acontece entre os trabalhadores das Obras, pois entendemos que cada um de nós carrega sua própria história, que muitas vezes pode ser cheia de feridas que nunca vão se curar, mas que podem ser tratadas.

Acolher, portando, é compreender que o processo envolve superação e mudança, é se propor a viver com quem nos é dado, um novo recomeço, onde o bom e o belo possam estar presentes. Entendemos que a companhia neste processo é a grande chave que torna possível a mudança.

É o exercitar, o viver com alegria e a felicidade de quem descobre a vida todos os dias, e acreditar que isso possa fazer parte de um novo jeito de ser.

Acolher é também compartilhar a vida e os amigos, é relacionar com a comunidade, um estar juntos.

A gratuidade também faz parte da acolhida. E acontece quando as pessoas se oferecem sem esperar nada em troca e recebe, sem constrangimento, ou seja, é a disponibilidade de quem cuida e de quem aceita ser cuidado. É necessário que haja liberdade entre quem está sendo acolhido e aquele que acolhe, para isso nossas obras parte do princípio do fazer com, e não o fazer para, dando oportunidade de todos se colocarem em ação, sendo respeitado o processo de crescimento sem atropelos, deixando de lado a pretensão, pois o eu sozinho não faz nada, é um caminhar juntos.

Acolhida é oferecer refúgio, proteção e abrigo, é dar ou receber hospitalidade, ainda que somente no coração, neste mundo tão desigual é carente de amor.

Narração: Elma Lopes – Supervisora – Casa Novella

A sua doação contribui com o atendimento de 2000 crianças, adolescentes e suas famílias!